Dicas para reformar a casa e não entrar no vermelho

Basta surgir um dinheirinho extra que aumenta aquela vontade de derrubar uma parede, pintar cada cômodo da casa de uma cor, trocar o piso, entre outros detalhes que faltam para transformar o lar-doce-lar num cantinho perfeito. Mas antes de começar as obras, é preciso saber que sem planejamento a tarefa pode se tornar um pesadelo e acabar dragando todo o seu dinheiro.

Organização
Em primeiro lugar é preciso definir exatamente o que vai ser feito e o quanto você pretende gastar com o projeto. Esse passo vai orientar que tipo e quantidade de material que deverá ser comprado, quantos profissionais serão contratados, entre outros gastos.

“É importante manter os pés no chão e não achar que vai transformar a casa no castelo de Caras de uma só vez. Já vi pessoa se encantar com uma torneira de R$ 1.000, comprar e depois não ter dinheiro para fazer o revestimento”, conta a arquiteta Mariana Rodrigues.

Por isso, é essencial ter um orçamento detalhado, com o preço dos itens muito bem pesquisado, para o fim do dinheiro não chegar antes do fim da obra.

Livre-se do “jaque”
Já que eu estou fazendo a reforma do piso, porque não pintar as paredes? Já que quebrei essa parede, porque não colocar gesso no teto? Este é o famoso “jaque”, temido por arquitetos e empreiteiros.

A empolgação com as mudanças na casa pode trazer muitas idéias novas, mas é preciso se controlar. Caso você identifique este tipo de comportamento, dê uma olhada no planejamento inicial, especialmente no orçamento, para recobrar a consciência.

Comprando o material
Na hora de comprar o material é preciso pesquisar bastante, pois as lojas apresentam grandes diferenças nos preços, formas de pagamento e nos juros. Muitas vezes, anunciam preços sem juros, mesmo que parcelados, mas se você pedir desconto pode se surpreender.

“Se o consumidor for pagar à vista, algumas lojas de materiais de construção podem dar de 30% a 40% de desconto”, avisa Luís Carlos Ewald, economista especialista em economia doméstica, professor da FGV e autor do livro Sobrou Dinheiro!.

Quem não puder pagar à vista, pode optar por financiar o material, mas sempre alerta aos juros cobrados pelos bancos. Uma das opções são as linhas de crédito para material de construção de bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, financiados com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e com o FGTS.

Para quem ganha até R$ 1,2 mil, o Construcard FGTS concede financiamento de até R$ 7 mil, que podem ser parcelados em até 96 vezes com juros de 6% a 8,7% ao ano, dependendo da renda do trabalhador, taxa de juros de longo prazo (TJLP) e encargos mensais.

O financiamento com recursos do FAT pode ser feito pela Caixa ou pelo Banco do Brasil. Pela Caixa, ele é destinado a trabalhadores com renda máxima de R$ 4,5 mil mensais. O valor mínimo a ser financiado é de R$ 3 mil e o máximo é de R$ 12 mil. O prazo de pagamento é de 96 meses, com juros de 1,62% ao mês (9,7% ano) mais a TJPL e encargos mensais.

No Banco do Brasil, o parcelamento vai de duas a 24 vezes, com limite mínimo de R$ 100 a R$ 10 mil. A primeira parcela vence 59 dias após a contratação e os juros são de 1,90% ao mês, mais encargos.

Para quem está acima desta faixa, existe o financiamento direto com a Caixa, com taxas de juros de 1,65% ao mês, mais TJLP e encargos mensais. Neste caso, o parcelamento é de no máximo 36 vezes e o limite mínimo de financiamento é de R$ 1 mil.

Nos bancos privados as taxas de juros variam, por isso é muito importante pesquisar para ver a melhor opção para o seu orçamento.

Consumidor atento
Na compra do material, devem ser tomados cuidados para não adquirir gato por lebre. O prazo de entrega e a cobrança ou não do frete são detalhes que não podem ser esquecidos.

Na hora do recebimento dos produtos, confira tudo, incluindo as quantidades e os valores. Caso o material tenha vindo incorreto, não assine o recebimento nem aceite o produto e faça uma observação das irregularidades no verso da nota fiscal. Caso você não possa estar no local da obra para receber o produto, oriente a pessoa que receberá o material para proceder dessa forma.

A Fundação Procon elaborou um guia de orientação que pode ajudar nesta tarefa