O ideal, segundo a psicóloga Eliete de Medeiros, é que pais e filhos tenham um diálogo aberto. Porém, de acordo com ela, isso não é o que acontece no Brasil. "Há ainda um grande tabu por parte principalmente dos pais. Eles fingem não saber que os filhos tiveram a iniciação sexual", diz.
"Os adolescentes não contam porque têm medo da repressão ou punição dos pais", explica a psicóloga. Por outro lado, de acordo com Eliete, muitos pais liberam seus filhos para sair à noite e nem querem sabem o que acontece. "Por isso, há tantos adolescentes drogados e perdidos sexualmente. Os pais devem colocar limites", alerta.
Não importa qual seja a relação com sua mãe, nem os motivos que te levaram a contar a ela sobre seu início na sua vida sexual, o fato é que você decidiu falar. E aí, como agir? "Não acredito que os jovens necessitem de cuidados especiais para falar sobre esse assunto. Eles precisam sim é estarem preparados para questionamentos, cobranças e recriminações para posteriormente receber a aceitação da mãe", aconselha a psicóloga Sueli Castillo.
Para a profissional, as perguntas mais freqüentes que você terá que responder são as seguintes: Quando aconteceu? Como aconteceu? Onde aconteceu? E, principalmente, com quem aconteceu?
Mas mesmo se você estiver disposto a responder todos esses questionamentos, vá com calma, pois como alertou a psicóloga Eliete de Medeiros, ainda é grande o tabu por parte dos pais. Ou seja, é possível chocá-los.
"Pode parecer ultrapassado, mas para o garoto ainda é mais fácil falar. É esperado socialmente dele que tenha sua primeira relação sexual o mais cedo possível. Portanto, quase nunca ele é questionado a respeito de sua virgindade", opina Sueli Castillo.
"Quanto à menina, a virgindade ainda tem um papel importante. As mães esperam que a filha tenha sua primeira experiência sexual com uma pessoa que poderá acompanhá-la, namorar e até mesmo se casar com ela", compara Sueli.
A hora certa
"Muitas vezes sentindo-se pressionado pelos amigos e pela sociedade, o jovem acaba tendo sua primeira experiência sexual sem ao menos ter noção da necessidade do uso de preservativos. É importante que o jovem tenha conhecimento de que sexo é bom, é prazeroso e que se ele for responsável estará sempre apto a praticá-lo de uma maneira saudável", diz a psicóloga Sueli Castillo.
Na opinião de Eliete de Medeiros, cabe aos pais explicar quando é o tempo certo para que a primeira relação sexual aconteça e, segundo a psicóloga, isso não tem a ver com a idade. "Não existe uma idade certa, o sexo deve ocorrer quando o jovem sentir a necessidade de uma entrega de sentimentos", avisa.
Para a estudante Daniela Junqueira, 18 anos, o momento certo ocorreu quando ela tinha 15 anos. "Namorava desde os 14 e decidimos que ia rolar. Foi com consciência e usamos camisinha", conta.
Segundo Dani, sua mãe ficou sabendo uns seis meses depois. "Quando contei, ela disse que já imaginava que tinha acontecido. E a primeira coisa que fez foi me levar ao médico".
Para a adolescente não foi nem um pouco difícil essa conversa com a mãe. "O sexo em casa é um assunto normal", conta. Dani continua namorando Felipe que atualmente tem 22 anos.