Quando entraram para o mercado de trabalho, a partir de 1970, as mulheres brasileiras já encontraram a cultura organizacional - desenvolvida por homens para os homens - disseminada e enraizada. Hoje, diante da socialização maciça das mulheres, as empresas estão buscando se adaptar diante dessa tremenda força produtiva e consumidora.
Os profissionais de marketing reconhecem que as mulheres não trabalham, não pensam e não consomem como os homens e por isso estão desenvolvendo modelos de negócios que levem em consideração as opiniões e os desejos do universo feminino. Ainda que esse fato esteja se generalizando, as estruturas do sistema financeiro ainda permanecem bastante arraigadas ao modelo anterior.
Poucos esforços estão sendo feitos para traduzir as prioridades das mulheres, ainda que elas já detenham mais da metade das contas-correntes e dos cartões de crédito do país. Ignorar essa parcela significativa de clientes, cujo poder aquisitivo vem aumentando em grande velocidade, significará - para alguns agentes financeiros - uma danosa influência à lucratividade. Sim, porque uma das primeiras coisas que as mulheres querem é um relacionamento estável, longo, (não raro monogâmico) com agentes financeiros que mostrem sensibilidade às questões culturais que as separam dos homens em se tratando do conhecimento do mercado.
Há um significativo aumento no número de pessoas físicas participantes do mercado de capitais, com destaque para o crescimento do número de mulheres investidoras
Mas bons exemplos já existem. E a nossa Bolsa de Valores é um deles. A Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo -, ao perceber que as mulheres estavam receptivas ao aprendizado financeiro, soube reconhecer que se tratava de uma via de mão dupla e criou o excelente programa Mulheres em Ação, de quem o MulherInvest é grande parceiro e colaborador. O mérito do marketing de alta precisão (experiência e eventos) da Bovespa já se faz sentir - há um significativo aumento no número de pessoas físicas participantes do mercado de capitais, com destaque para o crescimento do número de mulheres investidoras, que estão sendo motivadas pelo programa.
A iniciativa deveria ser seguida por todos os agentes financeiros, que precisam passar a dar as boas-vindas ao ensino de finanças. Especialmente os grandes bancos que possuem em sua base de clientes milhões e milhões de usuárias de produtos financeiras. A competitividade entre os bancos na próxima década estará fortemente pautada na conquista desse segmento de mercado de gênero, por isso é provável que as mulheres terão maior atenção ao longo do caminho.
Conheça o programa Mulheres em Ação da Bolsa de Valores.